Music On com António Mierques: "Consegui meu espaço e minha marca, trouxe uma vibe que ninguém fazia mais"

António Marques André, foi o convidados de mais uma edição do nosso programa Music On "O Seu Programa De Entrevista" para realçar detalhes sobre si e em particular a sua carreira musical.

António Marques André, conhecido pelo mundo artístico como Mierques, membro da Yakuza e Most Wanted Crew, é natural de Lubango, Licenciado em Telecomunicações e Redes, e um dos rappers em destaque no music hall Rap New School Angola.

No que diz respeito a sua fase introductória ao outro actual mundo que agora reside, o artista esclareceu ter entrado muito cedo que possivelmente aos seus 9 anos, fase esta ainda vista como diversão. Mas devido forte influências de músicas americanas e principalmente de seus chegados já fazedores na época, Lito Shine, Hora Raxa e tantos outros, em 2012 marcou a sua entrada oficial com determinação e foco no estilo, RAP.


"Minha primeira música a tocar fora do Lubango, foi o Amém. A TRX Music chegou ouvir e gostaram, entraram em contacto comigo para o Remix e disponibilizei."

Dentro do mesmo assunto, como tantos outros Mierques não se pós de fora quando se diz ter uma difícil recepção por parte do público no princípio da carreira.

Sobre o cargo as produções das suas músicas, o artista acrescentou que tem como preferência fazer tudo na sua cozinha (estúdio), mas como é óbvio com os instrumentais de outros productores nacionais e alguns internacionais.

Posição de António Mierques no mercado RAP Angola...
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O rapper firmemente afirmou estar numa posição boa, isto pelo aparecimento com a sua própria vibe.
Me vejo fixe! Consegui meu espaço, meu nome, minha marca... Trouxe uma vibe que ninguém fazia mais... Trap Pesado! Fiz algo que nem os americanos fizeram.
Quem ouve hoje um "Iluminary" ou um "Óbito", pode procurar a nível do Rap Americano ou nacional, vai notar que não tem a mesma coisa. 
Eu gosto disto porque é a minha marca e é o que me identifica.

Mierques aproveitou momento para desabafar a sua tristeza em relação o mau olhar do mercado nacional. Para o rapper, o mercado nacional é ingrato... Deixa a originalidade de lado para se focar as pessoas que fazem imitações, algo que no Estado da origem do RAP, Estados Unidos, já é diferente.

"O Rap em Angola não dá muito cash por falta de união."

Não é novo para muitos que o artista faz Rap Ostentação, mas mesmo com isso não deixamos de questiona-lo e ouvir a sua própria versão em relação no que se baseiam as suas músicas. 

Para o artista, maior parte das suas músicas baseiam-se no seu dia dia, mas como é importante não deixar letras líricas e motivacionais.

"Eu conto: aconteceu isso, está acontecer, e vai acontecer"

Questionado se já chegou a desafiar a sua capacidade de compor músicas fora do rumo Ostentação, Mierques, seguramente afirmou que sim.

Já tirei uma EP lirical em 2016 totalmente de juízo, sem ostentação, histórias, EP Sem Saída. Eu só faço isso (Rap Ostentação) porque vocês gostam, e visto que pela qual fiz (EP Sem Saída) não teve a mesma aderência que tem uma Toda Shit.

"Continuo a fazer isso porque é a minha identificação"

Impacto da TRX Music na carreira de António Mierques...

Como muito outros rappers, Mierques é um dos que sofre insinuações por parte dos ouvintes de ter conseguido o seu espaço no Rap Game Angola graças ao grupo musical TRX Music.

"Recordar que no princípio da entrevista António Mierques afirmou o primeiro contacto musical com a TRX Music, foi o grupo ter gostado e pedido o remix da sua primeira música a tocar no Lubango e fora, Amém."

A TRX Music já trabalhou com a maioria dos rappers de Angola, eu se estou aqui é graças ao meu esforço, por isso é que eu tenho identificação. Se fosse só pela TRX Music, as pessoas não iam me conhecer como Mierques, iam me conhecer como aquele que cantou com a TRX, que cantou o Óbito. 
Eu pergunto: Se fosse só pela TRX Music, porquê que existe Mierques e a TRX ?

Após esta afirmação, Mierques ainda frisou que apesar disso a TRX Music não deixa de ser uma grande influência na sua carreira, tem como família e indirectamente considera-se como um TRX Nigga.

Conciliação da música e os estudos, carreira a solo e em grupo...

Uma vez Licenciado, mais responsabilidade, cabia ao artista explicar como tem sido conciliar os estudos com a carreira artística. Para o rapper primeiro deve se ter em conta as responsabilidades e depois a música.

Sou cantor, mas ao mesmo tempo sou um estudante e sou um filho, tenho pais que me mandam. Fui pra lá (Tunísia) estudar, priorizei os estudos, estudava a dobrar, para a música uns dias, mas sem perder o foco dos estudos.
Tudo é possível ser feito, mas dependendo da maneira como serão feitas as nossas prioridades, finalizou.

Já no que diz respeito a conciliação do trabalho a solo com o grupo, Mierques, confessou realmente ser a parte mais difícil pelo seu nome ter mais Buzz que o grupo o qual faz parte, MWC (Most Wanted Crew). Mas adiantou estar a trabalhar na solução do problema com intuito a posicionar o nome do grupo num lugar estável.

Essa é a parte mais difícil, o problema é de que meu nome é mais pesado do que do meu grupo, o que é do conhecimento de toda gente. Fica mais fácil eu ir num Show, cobrar um valor elevado do que o meu grupo. 
Há shows que a MWC tem de frequentar para expandir mais o nome, mas eu não posso frequentar por tenho um nome muito grande (Que oculta o grupo). Há músicas que quando trabalhamos, se o Mierques não entrar o people não quer ouvir. 
Por isso agora estamos trabalhar mais com Trevas, Lil Kid, Lery Boy, Lito Shine, DJ CM, Eduardo Benz, estou a deixar eles trabalharem para que o nome do grupo suba.

Durante a entrevista, António Mierques aproveitou o momento para se desculpar da Dinastya Records pelo mau feito. Segundo o rapper, reconhece o seu erro uma vez que já tinha entrado com acordo verbal e só estaria em falta a assinatura.

"Errei mesmo feio, peço desculpas, não cumpri com as minhas palavras... Talvez um futuro próximo possamos trabalhar, mas agora não tem mesmo como. Peço desculpas, força e tudo de bom."
  1. TRX Music, por serem a maior referência do mercado
  2. Mobbers, são referências
  3. Delcio Dollar, porque ainda não deixou de ser o Delcio
  4. Meu grupo, MWC (Most Wanted Crew) 
  5. Todos aqueles que trabalham comigo, colegas.
Foi deste modo que o rapper António Marques André ordenou a lista do seu Top 5 de rappers do mercado em que faz parte, RAP New School Angola.

Para os fazedores do seu estilo que ainda encontra-se em fase de trabalho para o alcance ao sucesso, diferente de muitos o nosso convidado recomendou aos novos talentos a investir nas promoções e participações. Gastar quando deve-se!


Clica play e ouve a entrevista online...