Três anos após sua morte, o renomado compositor norte-americano Alvin Lucier voltou a ser notícia por um motivo inesperado. Um grupo de artistas e cientistas da Austrália deu continuidade a um projeto idealizado pelo próprio músico antes de falecer: transformar parte de suas células em uma obra sonora viva, chamada Revivificação. A instalação está em exibição na Galeria de Arte da Austrália Ocidental e desafia a fronteira entre biologia, arte e tecnologia.
Lucier, que morreu em 2021 aos 90 anos, ficou conhecido por suas experiências com o som e a percepção humana. Ele não se limitava a compor melodias tradicionais — explorava fenômenos físicos, como ondas sonoras e ressonâncias de espaços. Sua obra mais célebre, I Am Sitting in a Room, transforma gravações de voz em ecos cada vez mais puros, até restar apenas a vibração do ambiente. O projeto Revivificação leva esse espírito experimental a um novo nível.
A instalação foi desenvolvida com base em um conceito ousado. Células de glóbulos brancos do compositor foram coletadas e reprogramadas para se tornarem células-tronco. A partir delas, os pesquisadores criaram pequenos organoides cerebrais — estruturas que imitam parte do funcionamento de um cérebro humano, mas em escala microscópica.
Fonte: Mistérios do Mundo

